Em um desses dias feios pra caralho quando a gente não sabe se enche uma bacia de comes e deita na frente da TV, se pega um livro pra ler uns 10 minutos e acordar umas 2 horas depois babando em cima dele ou se fica olhando para o horizonte tentando pensar em algo que seja, de alguma forma, produtivo, botei na cabeça – imensamente teimosa, que iria postar algo no blog, abandonado há meses.
As primeiras idéias foram de assuntos que envolvem filmes, música, teatro, como sempre. Mas já estava decidido que iria fugir das preferências. Sem olhar telejornais com atenção há uns 2 dias entrei nos mais populares sites de notícias para saber das novidades. Foi aí que encontrei meu assunto. Ou a falta dele.
É espantosa a quantidade de cultura inútil que aparece nestes lugares. Se você quer a notícia de uma tragédia, claro que estará ali bem grande. Mas se quer saber algo mais sutil sobre o andamento do país, boa sorte na busca.
Na primeira página, com letras garrafais somos bombardeados com editorias sobre entretenimento, famosos, acontecimentos bizarros, descobertas mirabolantes e claro, muitos, muitos assassinatos. Uma morte diferente a cada momento.
Lembro que falo dos portais populares. Quem é habituado a se informar pela internet, sabe onde procurar. Mas a grande massa – camada essa que tem o que aparece na TV ou nesses sites de notícias como “coisas verdadeiras e importantes”, vê, sem mais julgamentos, que é por ali o andar da carruagem. É aquilo que vão tomar por base para se acharem “bem informados”. É ali que vão achar refúgio para suas vidas: se ela é ruim, vêm que não são os únicos (se identificando com os índices de violência). Se é boa, agradecem por estarem acima da carne seca. E ainda têm as celebridades que tornam tudo muito lindo como um revoar de borboletas. Reflexões, pra quê?