segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Para muitos, por pouco tempo

Neste último sábado, dia 18, resolvi conferir uma noite de Oktober. Como boa santa-cruzense que sou, não poderia passar um ano sem ir. Não ainda.


A escolha do dia não foi aleatória. Era dia de show do Zé Ramalho. Não posso me dizer fã, mas ouço seguido e acho a música boa, de fato. No alto dos seus 59 anos, o paraibano de voz cavernosa chegou ao palco quase que pontualmente às 23 horas. Diante de um Estádio Municipal lotado, a figura franzina de Zé só era vista pelos que estavam distante, através dos telões.


O show foi ótimo. Apesar da apresentação ser tranquila para o tipo de festa, o público participou com entusiasmo de canções como ‘mistérios da meia-noite’, ‘entre a serpente e a estrela’, ‘visionária’. Acompanhou em coro ‘admirável gado novo’, ‘chão de giz’ e ‘avohai’. Estavam todos em plena empolgação quando... acabou. Pois é. Bis? Não, não. Lá se foi o senhor para os camarins com cerca de 45 minutos de show.


Tudo muito bom, tudo muito lindo, mas e agora, para onde ir?

Depois de uma semana de chuva quase que constante, a noite clara de sábado fez o parque lotar de uma maneira desconfortável. Legal por rever amigos de longe e de longos tempos. Também por presenciar e se divertir com cenas inusitadas, um tanto bizarras até. Mas não sirvo mais para ficar cantarolando músicas típicas e dividindo um metro quadrado com mais umas 17 pessoas. Nem para ficar ao redor de tendas eletrônicas procurando um espaço por onde passe um ser humano, sem que esse tenha que prejudicar sua integridade. É, acho que não.

Era o momento de ir embora. O show deixou um gosto de ‘quero mais’, e a multidão, de ‘adeus tormenta’. A noite valeu. Mas teria valido mais uma apresentação daquelas em um lugar mais tranqüilo, com menos tumulto e por mais tempo.