Estamos em ano de eleições municipais. Eu, como não sou das mais chegadas em política, levei um susto quando soube que este seria o tema do jornal laboratório que fazemos em uma das disciplinas do curso. Um Observatório da Câmara.
Comecei a gostar da idéia quando ficou definido que a reportagem da qual eu participaria era de análise do funcionamento do Programa de Saúde da Família (PSF) em Santa Maria.
Quem mora no centro geralmente não conhece muito dos outros bairros da cidade. Comigo não era diferente. Ainda assim, não foi muito surpreendente passar pela Vila Carolina, visitar vila Kennedy e Caturrita, e ver que a coisa não está das melhores.
Estamos cansados de saber que o sistema de saúde pública não funciona, e que a vida não é fotonovela. Mas no momento em que um compromisso é assumido perante a sociedade, usado como propaganda favorável, ele deve ser respeitado. E estamos vendo que o negócio não funciona como nos anúncios ou nos aplaudidos contratos assinados.
É verdade que conseguimos um bom material para a reportagem e esperamos que seja ponderado pelos que podem fazer algo para mudar a situação. Mas a questão vai bem além da política partidária e discursos de salvação não adiantam de nada.
Outra parte interessante da produção do Observatório foi a distribuição dele por alguns pontos movimentados da cidade. Houve os que recusaram, os que olharam e leram desconfiados, os que pararam e quiseram conversa e os que chegaram dizendo “me dá um jornal aí?!”.
Mas o que mais se percebe é a descrença do povo diante do assunto. As reações mostram o misto de esperança por uma possível mudança, contra o “não quero saber dessas coisas...ninguém deles presta!”
As eleições estão aí e nos resta continuar atentos para as novidades espetaculosas que virão encobrir as velhas e as novas deficiências. Vale a pena ver quem tem a melhor lábia, para ver se depois também vai ter o melhor jogo de cintura.
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